O sonho de criança

Mafalda Magalhães
A vinha é uma questão familiar, sempre presente, sempre natural. Desde a infância que Mafalda Magalhães se habituou a acompanhar o pai*, um dos mais conceituados especialistas de viticultura do Douro, em incontáveis viagens pela região, juntamente com os irmãos. Essas aventuras transformaram-se no sonho de um dia cuidar as suas vinhas e fazer nascer os seus vinhos. E assim, claro, haveria de cumprir a formação académica em Enologia, à qual se seguiu um percurso de aprendizagem e experiência, de 8 anos, em adegas de Mendoza, na Argentina.

O respeito pelo terroir

Regressada a Portugal, Mafalda Magalhães focou-se na realização do sonho de criança, fixando-se numa pequena quinta do Douro, onde operou a recuperação de uma vinha pré-filoxera, seguindo métodos tradicionais.

É uma apaixonada pelo património identitário das regiões e trabalha as castas e os vinhos como expressões puras dessa identidade, procurando sempre explorar os caminhos da sustentabilidade, em particular da agricultura biológica e regenerativa.
Mafalda Magalhães

O Khepri como inspiração

Por isso, Mafalda Magalhães continua a percorrer as vinhas, com o respeito por onde tudo começa, todos os dias.

Revê-se no imaginário do Kephri, a divindade egípcia inspirada na força do escaravelho, que se renova no ciclo da vida graças à forma como move e trabalha a terra, regressando à paz com o Sol que nasce todos os dias.

Este ciclo da vida reflete-se no ciclo da vinha, sempre desafiante e sempre irrepetível. E aponta para as ideias de Nascente e Poente – que se inscrevem também nos principais rótulos dos vinhos assinados por Mafalda Magalhães.

O Douro onde tudo começa

É também numa propriedade com ligações familiares, a Quinta da Roga, em pleno Douro (Baixo Corgo), que Mafalda Magalhães exerce o seu primeiro campo de experimentação. Aqui nascem vinhos de terroir, os brancos Nascente e os tintos Poente, resultado de parcelas com exposições distintas, onde evoluem vinhas recuperadas em modo tradicional, nos icónicos terraços durienses. Neste Douro mais fresco e fértil, a vinha é lançada numa densidade de 7.000 plantas por hectare, sendo desafiada a uma competição maior pelo seu ciclo de vida, oferecendo fruta escassa e de qualidade superior. A intervenção mínima, marcada pela viticultura heróica do Douro, é exclusivo da mão e da experiência humana.

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